terça-feira, 26 de abril de 2011

Torne seu mundo um lugar melhor para se viver

Certa vez, num engarrafamento que paralizou metade da cidade, estava dentro de um coletivo, e por curiosidade perguntei ao cobrador se ele sabia de algo sobre aquilo. Ele não foi muito gentil, e perguntou se eu não assisti o noticiário da TV. Disse a ele que  não tinha costume de assistir televisão, e ele achou que eu estava ironizando.

Sempre achei que as pessoas tem mais a perder que a ganhar gastando seu tempo em frente a uma TV. Com relação aos noticiários televisivos, na imprensa escrita pelo menos, você pode escolher ler ou não. Mas todos andam atrelando casos de vida ou morte a este acesso, que é impossível não se sensibilizar, e diga-se de passagem, é mais que necessário estar bem informado.

A evolução mais significativa da sociedade não aponta para a liberdade? Isso não pressupõe também estar livre de algumas informações, se assim quer a pessoa em questão? Mas como fica a contrapartida? Quando tomamos uma posição ortodoxa com relação a algo essencial, temos que arcar com as consequências quase sempre tão ortodoxas quanto, principalmente quando deturpam o sentido da palavra essencial.

Aparadas as questões de ponto de vista, vamos aos fatos. Não assisti a TV, entrei num engarrafamento, que me atrasou cerca de 1 hora e meia o meu compromisso, foi o preço que paguei naquele dia por estar desinformado. Sobrevivi.

Mas penso em quanta gente foi içada a outros sentimentos nada saudáveis por conta da alta exposição a esta mesma fonte. Se a vida é um jogo de compensações e o julgamento é uma câmara de valores altamente cambiáveis, às vezes o prudente mesmo é se calar, ou se for falar, é bom chegar a questão crucial.

A lenga-lenga vai continuar até não se sabe quando. Os meios de comunicação, atualmente cumprem uma outra função (não cabe discutir que função é essa), mas esqueceram de avisar ao cidadão esta mudança.

Impressiona-me a rapidez com que a vitrine do mundo muda de assunto, e quer uma resposta imediata. Pendem da alegria eufórica à depressão com assuntos bizarros e cruéis, passando por importâncias até, numa frenética exposição das variedades do comportamento humano a ditar a moda e as tendências de tudo o que foi, é e será. É isso que engolimos todo santo dia. É como se despejassem sobre nós diariamente, a história da humanidade até o exato ponto em que nos encontramos, vista pelo o seu lado mais sórdido, é claro.

Frequentemente preciso me lembrar quem sou, quando muitos querem mesmo é esquecer quem são e tantos outros querem ser o que não são. Que tal sermos mais honestos e divagar? Quando não houvesse notícias a ser dadas, os jornais não precisariam circular, o noticiário da TV e de outros meios de comunicação não precisariam ir ao ar e estes profissionais poderiam até ter uma pequena folga. Se bem que o jornalista poderia vir a público e convidar o telespectador a mudar de canal ou fazer algo mais útil.

E se ao terminar um novela, a TV presenteasse seus telespectadores com apenas uma semana de pausa, sem emendar desesperadamente já outra trama? Não. Este mundo não existe. Não são assim que as coisas funcionam.

E se a gente experimentasse não ocupar tanto a vida com a ilusão de que é preciso saber de tudo que acontece. Pense, ao menos pense que algo poderia ser diferente. Mas se no fundo de seu coração, esta diferença não te fizer muito bem, não se preocupe, sem saber, já deu a sua pequena parcela para tornar nosso mundo um lugar melhor para se viver.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Ilusão da Realidade

Podemos legislar sobre o que nem temos a certeza que existe. Podemos fundamentar uma sólida corrente de pensamento baseada em fantasmas e abstrações, e até mesmo provocar uma resposta plausível como um reflexo destas ações neste mundo além da matéria, ou como querem alguns, paralelo à matéria. Sonhamos o sonho da realidade enquanto o espírito engana-se e nem sabe distinguir, nem tampouco nos orientar neste labirinto?

Desçamos do pedestal.

Quando nuvens negras preenchem o vasto horizonte (me refiro ao evento da natureza), entendemos a quem temos que "pedir licença", afinal qual força é capaz de parar a tempestade que se aproxima? Qual força é capaz de impedir que o dia amanheça? Qual força é capaz de fazer o tempo parar? Neste ponto, tudo o que fantasiamos cai por terra. Tudo isso permanece imutável ao nosso nível, e finalmente começamos a entender que todos nós estamos interligados a um destino comum. Impotentes frente a grandiosidade do inescrutável, lançamos um olhar temente para o horizonte e a matéria estelar pensante que nos tornamos não aceita. É muito e ao mesmo tempo, tão pouco.

Não há nada que possamos fazer, não tememos o fim, tememos a constatação recheada de perplexidade de nem conseguir arranhar o entendimento por trás da existência de todos nós.

Os mais sábios dos seres humanos são cegos que inventaram  para si mesmos a redoma da realidade e conseguiram nos convencer, argumentando que não existe explicação melhor para o que aqui se apresentou, se apresenta e se apresentará.

O LARAMAMISMO Fui apresentado ao Laramamismo através do meu pequeno filho. O que seria aquilo? Nunca tinha ouvido falar. Me lembro que causo...