sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Tempo Que Ainda Temos

“Eu vi coisas que vocês nunca acreditariam. Naves de ataques em chamas perto da borda de Orion. Vi a luz do farol cintilar no escuro, na Comporta Tannhauser. Todos esses momentos se perderão no tempo como lágrimas na chuva.” 

(Ridley Scott, Blade Runner - 1985)


Frequentemente penso nos que desistiram. Eles estão em toda parte, e não há muito o que conversar com eles. Alguns afirmam já terem dado a sua parcela de contribuição para a humanidade e, frente a isso, não há o que discutir. Eu pensava que este tipo de gente havia entendido sua própria trajetória, e seria uma resposta escapista ou no mínimo filosófica para continuar seguindo a vida à espera da morte.

Ainda há algo fazer, sempre, se você quiser. Se o modo como levamos nossa vida determina a sequência de nossas atitudes e realizações, como podemos pensar que o rumo de nossa existência esteja em outro lugar que não seja em nossas próprias mãos?

A maioria das respostas para as perguntas do dia de hoje estão no dia de hoje. Talvez amanhã, serão respostas vagas e fora de foco. Hoje é um pouco do tempo que ainda temos. Porque é tão difícil enxergar isso? Ninguém sente os dias, meses, anos, décadas trespassarem a impermanência de nossos pensamentos?

No meu parco conhecimento ocidentalizado de nosso tempo acelerado ao máximo, tranbordando novidades inúteis aos borbotões, ainda ouço a retórica intelectual se debatendo, agonizando e clamando liberdade e seu lugar ao sol.

Quem quer viver para sempre? Meu receio é de não sermos capazes de entender e se maravilhar com a dádiva que é a existência de cada ser humano em sua finitude, e que antes, muito antes de nós, tantos se debruçaram a tentar forjar a imortalidade nas crenças apenas para nos distrair de nosso verdadeiro desígnio que é de uma simplicidade absurda.

O LARAMAMISMO Fui apresentado ao Laramamismo através do meu pequeno filho. O que seria aquilo? Nunca tinha ouvido falar. Me lembro que causo...