terça-feira, 24 de janeiro de 2012

No Dia em que Deus foi embora

No dia em que Deus foi embora um rastro de luz o acompanhou na aurora da humanidade. Eu não estava lá, mas se estivesse, com certeza, veria em sua resplandecente face um pequeno traço de desapontamento.

Tendo criado o seu espelho, o ser humano, à sua imagem e semelhança, Deus pode nos deixar uma pista para que pudéssemos um dia, entender o que se passava em sua cabeça no momento da criação.

Talvez tenha sido a humanidade o bode expiatório, a personificação de seus desejos mais profundos, e num lapso do tempo eterno em que reside todas as coisas acima e abaixo de nós, Deus sentiu a falta de algo que não durasse para sempre e criou o veneno da finitude. Precisava de alguém para experimentar o seu invento.

Mas o homem teria que aceitá-lo de bom agrado, então utilizou a mulher para este fim.

E, tendo feito isso, não compreendeu como tal criatura insistia em buscar evolução a níveis mais elevados de consciência, numa vã esperança de se igualar a Ele, e sendo assim, começou a sentir o peso de sua própria criação.

Mas ao tentar apagá-la do planeta, se viu novamente espelhada nela, e voltou atrás.

No dia em que Deus foi embora um rastro de luz o acompanhou na aurora da humanidade. Em sua infinita sabedoria jamais pode entender porque provara o veneno da finitude e não fizera efeito. Neste mesmo dia, ele inventou o livre-arbítrio para as tais criaturas.

Mas o próprio Deus jamais teve este livre-arbítrio.

O LARAMAMISMO Fui apresentado ao Laramamismo através do meu pequeno filho. O que seria aquilo? Nunca tinha ouvido falar. Me lembro que causo...