A primeira vez que vi meu reflexo, não me reconheci na imagem invertida do espelho. Ainda era muito novo e não sabia que aparência tinha. Apenas depois de alguns movimentos e algumas caretas, dei conta que se tratava de mim mesmo. Foi assim que tirei a primeira conclusão sobre como eu achava que era e como eu realmente era. Mas o que realmente somos nenhum espelho do mundo pode nos mostrar. Este conjunto confuso que vamos nos tornando e nosso reflexo acompanhando de perto a aventura de nossas vidas.
A segunda vez que vi meu reflexo, continuei ainda não me reconhecendo. O tempo havia passado, e mais uma vez eu me distanciei do que um dia achei que era. Um distanciamento entre o que continuava achando e o que havia de fato. Mas, o que havia de fato? Já conhecedor da natureza do espelho que não deveria refletir o que eu queria, pareceu-me agradável que parasse de me olhar neste espelho e procurasse um outro que metamorfoseasse melhor meus pensamentos. Empreendi uma viagem à procura desta espécie de "espelho-oráculo" e ao me deparar com o singular tipo de reflexo que emitia, senti que não estava pronto para suportar o que ali me apresentava, tanto que não me senti refletido ali.
A terceira vez que vi meu reflexo, olhei o fundo dos olhos e percebi as janelas infinitas da existência e este mesmo reflexo me fitou perplexo a me perguntar o que fazia ali buscando respostas exatamente no local onde as perguntas germinam.
sexta-feira, 25 de março de 2011
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