O LARAMAMISMO
Fui apresentado ao Laramamismo através do meu pequeno filho. O que seria aquilo? Nunca tinha ouvido falar. Me lembro que causou em mim um sentimento de orgulho. Como pode, justo, uma criancinha, ter tanto a nos ensinar, ainda mais neste campo do conhecimento?
O mundo passava por um momento delicado, com uma pandemia que assolava a humanidade de uma forma nunca antes vista. O quadro caótico e desesperançoso desenhou em nossas almas e corações um caminho totalmente inimaginável. Não tínhamos mais certeza de nada. Tudo caíra por terra, literalmente.
Talvez esta nova corrente de pensamento pudesse nos trazer algum alento, ou, na mais simples das constatações, talvez apenas uma dica, ou algo parecido, para lidarmos com este novo mundo.
Estava inclinado a acreditar que uma resposta, ainda que, envolta em misticismo, poderia dali sair.
Às vezes temos que nos apegar a algum fundamento, ainda que abstrato ou intangível para reabastecer nossos sonhos de dias melhores. O tempo em que vivemos clama por mentes abertas, reaprendizados constantes, contato com o novo, questionamento do que julgamos estabelecido e liberdade para tentar entender tudo sob novas perspectivas.
Mas não havia referências para este novo campo do saber em lugar algum. O Laramamismo era algo estranhamente recente. Dizem que a natureza encontra um forma para se comunicar conosco, mesmo quando estamos cegos para os sinais que ela nos apresenta diariamente.
E foi com este norte que aceitei a ausência de todo e qualquer conteúdo relativo a esta absurda e maravilhosa corrente de conhecimento. Havia finalmente encontrado um sentido profundo em toda a parafernália sedimentada em sabedorias corroboradas em longínquas culturas evoluídas, melhor dizendo, adormecidas em nosso DNA.
Passado algum tempo que meu filho me apresentou este legado, que não pertence a nada mais, nada menos, que a toda humanidade, estávamos passeando no carro, e eis que paramos em um sinal de trânsito. Havia um rapaz talentoso fazendo acrobacias com umas bolinhas. De lá detrás de sua cadeirinha, ele apontou e falou em alto e bom tom: Olha, pai... Laramamismo!
