quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A Indústria de Todas as Coisas

Durante algum tempo, no ápice de minha arrogância, achei que as coisas criaram-se por si mesmas. Ignorava a Indústria de Todas as Coisas. Nada se cria do nada. Até a ínfima realização tem um autor.

Tudo que é líquido, sólido, gasoso, inodoro, transparente, metafísico, importante, irrelevante, tudo é industrializável. E antes, bem antes destes conceitos existirem, a indústria já estava lá, de olho no que potencialmente todas essas coisas eram capazes de gerar: seus produtos e subprodutos.

Onipresente e onisciente julgou que nada é inteiramente inútil ou descartável. Nem era preciso fazer com que todos concordassem, pois para estes também foram criada a indústria dos discordantes, e foi definido que não importa a sua coordenada, e ao contrário de que muita gente pensa, a indústria não vai monitorar ninguém.

Dizem que a Indústria criou nosso desejo de ser diferente e de até se rebelar contra o que nos criou. E a liberdade também foi criada por ela.

Sei, que na hora final quando a Indústria mirar sua flecha certeira, pode ser que ocorra me desviar. Ao fazer este movimento, talvez acerte em alguém inocente. Sabendo que para a Indústria não existe ninguém inocente, posso presenteá-la com um produto que poderá ser engarrafado e rotulado, mas que corre o risco de nunca ser comercializado por falta de mercado. Um subproduto do arrependimento chamado remorso.

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