O artista é o único ser capaz de criar em si mesmo um personagem. Em alguns a arte os toma de assalto já nos primeiros minutos de vida, em outros só é despertada muito tempo depois e em outros jamais.
No seu jeito peculiar de ser, o artista julga compreender as profundezas da alma humana, e ser porta-voz da chama acesa, que difere nossa espécie de todas as demais.
A maioria dos artistas tem o ego inflado que o torna incapaz de reconhecer outro artista. E os que são capazes, fingem que não. O artista quer jogar sua arte para o mundo e esperar o reconhecimento, pois entende o quão importante é o seu papel. A arte não precisa ser reconhecida, o artista sim.
Há alguns que pensam ser artistas, e se convencem tão bem disso que são capazes de também convencer sua platéia. Há artistas infiltrados na sociedade desenvolvendo tarefas cotidianas que nada tem a ver com arte.
Há os que dissecam a arte, tentando compreendê-la a luz do intelecto, traçando diretrizes e catalogando as vertentes, buscando mapear o funcionamento desta gloriosa atividade humana.
Alguns perseguem a arte, e acabam encontrando sucesso. Outros perseguem o sucesso e passam longe da arte. O sucesso tem o seu preço, quase sempre muito alto, e dizem que ele sacrifica a arte. Mas a arte não pode ser sacrificada, pois se for sacrificada já não é mais arte.
O artista chama sua arte de trabalho, pois não quer ser confundido com um vagabundo. Mas um vagabundo pode ser muito mais artista do que um trabalhador. Por isso quem trabalha, vive e consegue se sustentar da arte é, na verdade, o maior de todos os artistas, ainda que corra o risco de não ser propriamente um artista.
domingo, 15 de agosto de 2010
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